domingo, 29 de julho de 2007

Um clássico revisitado pelo funk-rock argelino
O Festival Músicas do Mundo (FMM), em Sines, é provavelmente a melhor proposta festivaleira nacional. Ou se paga 70eur para ver aqueles que se repetem nas rádios e na TV, e também ano após ano nos sudoestes ou nas paredes; ou se paga 10eur/dia, entre oito à escolha, e se parte à descoberta dos sons mais insuspeitos, mais distantes e mais desconhecidos, totalmente descomprometido. Foi essa a minha escolha, à nona edição, com o compromisso do regresso em 2008.

Só no FMM se pode apreciar este clássico



Revisitado desta maneira



Pelo “camarada” argelino



Rachid Taha e sua banda, naquilo que chamo de “folk argelino com momentos funk-rock ali do Magrebe”, cantado em árabe ou em francês, marcou o penúltimo dia do FMM, sexta-feira.

Embriagado quanto-baste (felizmente não muito), Rachid deu um espectáculo divertido e envolvente. O público respondeu à altura, dançando muito — eu, que sou pé-de-chumbo, “abanei-me” bastante... ele há coisas que estão a mudar... ou então e muito simplesmente: ao som disto, como não? —, e os encores sucederam-se até perto das quatro da manhã. O cenário esteve perfeito: o castelo de Sines — com o chão coberto de feno (e hortelã, ao início da tarde, pra disfarçar cheiros) — repleto de gente. E nunca um alaúde soou tão rock.

3 comentários:

John Abreu disse...

Ponto 1. É verdade: o FMM é sem dúvida uma excelente proposta de festival. Ainda me lembro de estar lá a berrar no concerto de Kronos Quartet: «Play the soundtrack from Requiem for a Dream!!!» ehehe =P E outros grandes concertos vi por lá nesse ano.

Ponto 2. Agora, destronar um Paredes de Coura é que não! Nem mesmo um Sudoeste! São todos excelentes festivais, que cresceram de uma maneira saudávelo-rentável - queria ver quantos festivais tinhamos para 'criar' essa juventude (lol) se não trouxessemos as parvas das bandinhas q tão na moda. O q interessa é q dpx lá dentro cada um escolhe o seu peixe.
Não vou lá mas fico contente pelos Surf Fests e todos os outros q fazem com q tenhamos uma variedade abundante de festivais. Olha o caso do Anti-Pop Music Festival em Viana. Excelente proposta, ainda em crescimento, mas q promete ser um Dour daqui a uns anos. Pronto, vou-me calar lol.

JPC disse...

Ponto prévio: descrevo melhor o festival se lhe chamar a "proposta mais interessante" do panorama nacional, em vez de "a melhor proposta". Mas foi da hora...

Ponto a seguir ao ponto prévio: Paredes ainda é especial? Não sei, não vou há anos. (mas é provável, até porque a banda de que vou falar a seguir vai estar em Paredes este ano :D )

Ponto a seguir ao anterior: ter festivais é bom. Mas que sejam festivais com programação cuidada e não sistematicamente com as bandas que foram passando em concerto ao longo do ano. E com condições e infra-estruturas decentes. E com preços que não sejam insultuosos. É o que eu acho, mas eu também tenho mau feitio.

Ponto de remate: FMM, em Sines, é uma organização autárquica. E por sê-lo, surpreende a elevada qualidade. Um exemplo: há filmagem e transmissão em vários ecrãs em directo, e esse filme é imediatamente entregue às bandas após o concerto! O FP não conhece mais nenhum festival no mundo que faça isto... (e se o FP não conhece!...lol...)

E Sines tem um objectivo muito interessante (tudo bem que é dentro das músicas do mundo): proporcionar a descoberta.

E isso, para o meu gosto, é muito bom.

John Abreu disse...

c'est vraie