terça-feira, 28 de novembro de 2006

«É como um turbilhão, Fazendo uma miséria...»
Ainda hoje não me entendo, não sei porque acordei assim uma manhã que não teve nada de especial, além de assinalar isto. «Vivo», pensei, sorrindo.

Hoje, que já passou tempo, perco o sorriso de cada vez que leio o que escreveste. E entristece-me que assim seja, pois devia ficar feliz.

Não há explicação para me sentir cheio ao olhar-te. Não há explicação para querer tocar-te. Não há explicação para querer fazer-te sorrir. Não há explicação para o aperto no estômago quando chegavas. Não há explicação para o nervoso miudinho quando ias. Não há explicação para as falhas de comunicação disparatadas. Não há explicação para ficar chateado com elas. Só há explicação para isto, agora. E é tremendamente simples. De uma linearidade incómoda.

É como diz o Chico.

sábado, 18 de novembro de 2006

Detesto que os senhores que gerem a rede wireless da universidade bloqueiem o Messenger e o streaming de rádio (queria ouvir o Álvaro) ou de TV (queria recuperar a Paula), ou seja lá do que for! Nos computadores fixos da instituição, tudo bem. Mas se existe wireless para usar com os computadores pessoais de cada um, não metam o bedelho, ok? F***-se!
Detesto não conseguir escrever.

quarta-feira, 1 de novembro de 2006

Perdidos na cidade
A porta está colocada a meio da parede da sala rectangular. Em frente as janelas e portadas de madeira escura estão fechadas. O cheiro é húmido, a mofo, do tempo que tudo esteve fechado? O tecto de estuque bem acabado e à antiga está amarelecido e remendado. No soalho encontram-se, à esquerda e à direita, conjuntos de sapatos usados, dispostos em pares, geometricamente. De mulheres, homens e crianças. Nas paredes de topo, imagens. À esquerda um televisor mostra vídeos institucionais de promoção ao recrutamento militar — canadianos (os tipos que não trancam a porta de casa), israelitas, paquistaneses (ritmo marcha militar com arranjo bollywood), de empresas privadas de armamento norte-americanas, tudo sonorizado. À direita uma tela amarrotada reflecte sequências mudas de bombardeamentos, manobras de aviões, desembarques aéreos de tanques blindados, o icónico verde da CNN naqueles dias em 1991. À esquerda e à direita, o elogio do belicismo. No chão, as vítimas.

Encontrámos a Casa d’Os Dias da Água no final de um dia que me foi cinzento. O pretexto? “Teatros de Guerra”, de Thomas Walgrave, até 12 Nov. Da instalação de três salas, destaco — e acho que tu também — a segunda. Esta. Mas Walgrave também compõe «alguns dos paradoxos que decorrem das situações de guerra, utilizando para isso textos (convenções, resoluções da ONU, tratados de paz) e material de vídeo (spots publicitários do construtor aéreo Macdonald-Douglas, imagens de bombardeamentos de precisão), que depois relaciona com meios populares de marketing, como t-shirts

A Casa d’Os Dias da Água fica no n.º 175 da rua D. Estefânia e é um espaço de utilizações múltiplas pela companhia Sensurround e outras. Hoje teve problemas de energia e as luzes apagaram-se a espaços, mas não fez mal. Ao lado e nas traseiras, o Basta – café jardim, muito curioso.

A ti, gostava de lá te ter levado. Quando?