quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Uma rapidinha na Almirante Reis
Em bom rigor foi na Pascoal de Melo, onde as árvores frondosas criam mais sombras e o trânsito sempre é menos caótico que na avenida. E porque há coisas que requerem algum recato. Como, por exemplo, comer um prego às onze da noite. A última coisa que se quer de acompanhamento, no entanto, é um madeirense a aculturar um brasileiro: às seis da manhã já ele estava a mueter um copo de teinto e uma buifana, só pra vueres o andamuento do homem, antes de abrir o cafué, tás a vuer? É, tem pêssuao qui trabalha cedo, né? É o meu caso, amanhã. Mas estou dividido entre isto, uma biografia de um político e umas belas remisturas de música popular portuguesa.


Isto à medida que um homem envelhece, ou antes, cresce, sente necessidade de corrigir algumas afirmações. Ora, havendo poucos sítios nesta cidade onde se coma ao balcão por um preço aceitável quando a noite já vai longa, ou admitindo que sou eu que conheço poucos, até à meia noite, às vezes uma da manhã, a Portugália desenrasca com um prego que, é preciso fazer justiça, não vem mergulhado no molho de manteiga e é bem gostoso. Quanto à bifana, mantenho o que disse, mas o prego com tudo é capaz de salvar vidas. Com tudo é com cebola, queijo, fiambre e um ovo estrelado bem passado. Geralmente é da vazia, mas pode pedir-se do lombo e pagar a diferença, e só não pode é fugir-se à fritura — prego grelhado? sim. aqui não! não? não! pronto, homem, ‘ta bem.

1 comentário:

Rui Coelho disse...

compreendes que o título é chamativo e fora o sumo, que sempre o há, ou bife, no caso, poderá desencadear mais comentários do que o costume, ou pelo menos mais gente a ler o texto, que devia então haver aqui page views.