quarta-feira, 9 de julho de 2008

Bandas sonoras para filmes perfeitos
Um dia sonhei que estavas apaixonada por mim. Nesse mesmo dia comprei um frasco de água de colónia, a mais cheirosa da drogaria. Fiz a barba à navalha, no barbeiro. Vesti a minha melhor camisa branca e a caminho passei na praça e levei fiado um molho de margaridas brancas.

Um dia sonhei que estava apaixonado por ti. Nesse mesmo dia não te vi.

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Foi a mão na parede que me segurou de pé,

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Conceição era muito bonita. Tinha um sorriso que desarmava qualquer um. Sincero, rasgado, e de lhe fechar os olhos castanhos. O sobrolho esquerdo levantava cada vez que se intrigava. As unhas vermelhas e a pele morena

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Tenho saudades tuas e da naturalidade com que te deitavas na cama a folhear o suplemento das artes. De te abraçar.

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Às oito menos um quarto de terça-feira Fernando Peixinho ainda não sabia que ia morrer. Como sempre, comprou o jornal: cinco tostões. Que leu ao balcão da leitaria, em pé: na conta. Que deixou cair na corrida para apanhar o carro eléctrico do amigo Alfredo Espenica, o único da carreira onde não pagava bilhete. “Foi pouca sorte, doutor”, disse o homem que o ajudou a subir pelo braço. Antes o jornal que o manuscrito, foi o que pensou, agradecendo, enquanto compunha o fato e sacudia o pó das calças pretas. Fernando Peixinho era um respeitado colunista do Diário Popular, escritor sem obra publicada,

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Maria

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1 comentário:

Anónimo disse...

Tenho saudades de me sentar na tua cama a beber chá de manga