sábado, 21 de outubro de 2006

Uma semana
Daquelas que são para esquecer ou recordar. Como a revista, que vai ficar na memória, sem qualquer dúvida. Um fecho improvável, trabalho violento, um gozo tremendo e uma aprendizagem de valor incalculável. Foi sempre assim, caramba. E a vós devo tudo isso.

Já à chuva quero cobrar o cinzentismo dos dias e do humor. Caraças, tinhas que chegar?! Ao menos o almoço com vista sobre o Tejo, num recanto bem catita da parte alta da baixa da cidade. E os doces algarvios, não os têm? Caricato, no mínimo.

“Paraíso Agora”, que já saiu das salas, foi um belo murro no estômago. Recorda-me um título que escrevi há dias: olhar de frente as contradições de Israel. Não esperei que aqueles suicidas tivessem o fim que tiveram, nem que o episódio da última ceia de Cristo fosse caricaturado, nem de achar a Lubna Azabal tão gira, nem que no final todos os intervenientes questionassem o acto em silêncio, nem que não houvesse qualquer sonorização aí, nem esperei que fossemos cinco na sala. Nem que a companhia fosse tão agradável. A repetir.

Não sei se gosto ou não daqueles cafés metidos burgueses, mas a esplanada coberta daquele à Guerra Junqueiro deu bastante jeito, não deu? Tínhamos tomado banho, não precisasses de comprar tabaco e falar das dúvidas. E eu sempre saciei o desejo com um falso pastel de nata.

Tu foste embora. Os meus horários, não é?... És um belo enigma.

Antes, a tua clarividência. Sempre pertinente e que sempre procuro. Há pessoas que amo, tu és uma delas. A sensação de possuir tal privilégio há já anos é muito, muito boa.

Para jantar desaconselho vivamente o Maio. A casa vem nos guias e isso dá direito a receber a conta que não foi pedida, para vagar mesa. E se há coisa que detesto é isso. Tudo estava impecavelmente confeccionado, e a torta de amêndoa é mesmo paradisíaca, mas tais preços por tal serviço, não. Perderam este cliente em estreia e todos os que conseguir demover. O euro acompanhado de “goodbye” sabe melhor que aquele acompanhando o “obrigado”? Bardamerda…

De microfone em punho, o fado no Bairro Alto. Todas, mas mesmo todas as casas, que a chuvinha miúda não meteu medo. Até porque, caramba, estávamos com a Tété. É, realmente, um mundo à parte.

No início da maratona no estúdio, o teu gesto. Surpreendeste-me. E deixaste-me curioso. Além de que me salvaste, verdadeiramente. E agora?

Mozart, em esforço para não adormecer sentado, e um quinteto de sportinguistas que se achava engraçado. Não, não me leiam mal: Mozart foi bom.

O Expresso chega-me, finalmente, às mãos. Gosto do papel e do formato. A Única parece-me, mais que nunca, uma Caras. E isso chateia-me. Vamos ao filme japonês?

Sem comentários: