sexta-feira, 9 de abril de 2004

Não existe coisa alguma que traduza isto por palavras. Porque isto não se vê – sente-se. Não se toca – vive-se. Não se cheira – metaboliza-se.

Eu não sei o que é isto. Por outro, sei o que é isto. Não conheço, sim, não conheço o que está para além de isto, o passo seguinte a isto.

Neste momento sinto, isto. E não queria, não quero.

Isto traz-me todas as dúvidas que não quero ter. Acorda-as com força, atira-as contra mim violentamente, obriga-me a olhá-las e comê-las. Porque as dúvidas se comem, se engolem em seco.

Quando isto me acontece é um limbo e uma descrença.

AMA, disse-me brincando, era essa a sigla. Não é tanto isso que me perturba – é mesmo isto. Não saber se sou, se valho; julgar que, por isto, não sou e não valho.

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