O Pudim foi ao congresso do PS – dia um
Contra os malandros e pelos portugueses, maioria absoluta, se faz favor
Apesar das campanhas negras, José Sócrates quer governar Portugal durante mais quatro anos, manter a tendência reformista apoiada por uma maioria absoluta, que pediu, e travar um duro combate pela “decência democrática”.
“Quem governa é quem o povo escolhe, e não um qualquer director de jornal com as suas campanhas, nem nenhuma televisão com as suas manipulações, nem nenhum cobarde que se entretenha a escrever cartas anónimas”. Arrumados os casos Freeport e declarada a urgência de “um combate decisivo a travar pela decência da democracia”, a abrir o congresso do PS, e depois de agradecer o apoio dos socialistas, foi neste tom que José Sócrates repetiu que desde que governa o país tem sido vítima de várias campanhas difamatórias, promovidas por aqueles que ao longo de quatro anos não conseguiram vencê-lo e por isso atacaram a sua honra e dignidade através de “campanhas negras” que foram “desmascaradas e desmentidas”. E que disto “os portugueses sabem bem”.
Ataques pessoais à parte e porque a crise económica mundial é o principal desafio do presente, tal como está na sua moção e como já havia dito no parlamento, Sócrates afirmou que a Europa deve liderar a eliminação dos off-shore, a bem de uma maior transparência e regulação nos mercados. A prioridade no combate à crise, disse, é o desemprego e por isso prometeu fazer tudo o que estiver ao seu alcance para proteger o emprego dos portugueses.
As grandes orientações do PS para a próxima legislatura passam por medidas que promovam a justiça social e o alargamento da escolaridade mínima obrigatória para 12 anos, como forma de adequar as qualificações dos portugueses às exigências da economia actual. Sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo Sócrates rejeitou, novamente, tratar-se de oportunismo político ou de uma proposta virada para as minorias, preferindo dizer que é uma “convicção” do partido que “o país ficará melhor sem mais esta discriminação”.
O PS, disse o seu secretário-geral, é o grande representante da “esquerda moderna, moderada e progressista”, e criticou a actuação da oposição pelo que classificou de demagogia de quem “não tem responsabilidade governativa”. No PS, aliás, não há excluidos, nem perseguidos, nem silenciados, disse.
Volvidos 43 minutos de um discurso sem novidades, Sócrates, limpando o suor da testa com a mão, renovou o pedido de uma nova maioria absoluta, o que lhe valeu uma longa ovação de pé.
Manuel Alegre, a voz mais crítica do partido e representante da ala esquerda do PS, não esteve na abertura do congresso. Pode ser que, depois dos prestigiantes apelos, venha amanhã às dez da manhã, que é quando, afinal, isto começa.
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