sábado, 28 de maio de 2005

Coisas antigas e sem data V

Este filme já passou na minha sala. Como será que acaba desta vez? As reposições terminam sempre da mesma forma e é disto que tenho medo, hoje.

No primário de tudo isto, senti-me vivo. E a hora e meia que levou rodar a cena nocturna, por entre um Tejo salpicado de luzes e versos cantados a voz quente, foi dos momentos mais bonitos que vivi. As tuas palavras doces, as tuas gargalhadas, repetires quão bonita e preciosa é a tua mãe e a sinceridade nua e limpa com que te confessaste e com que te disse que cada balde que puxo do teu poço é puro sentir - tudo isto foi a cena perfeita, porém filmada três stops abaixo. É que, com os truques certos, os erros de revelação podem reverter-se. No entanto, quando o que falha é o tempo de obturação ou a disponibilidade do diafragma, sempre fica tudo muito claro ou muito escuro, numa gradação que sempre sempre resulta invisível.

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