segunda-feira, 8 de novembro de 2004

A sobrevivência dos mais aptos
A insistência no uso do termo “adaptação” quando se refere a teoria darwinista da evolução das espécies faz-me confusão. Ainda mais quando se diz que os animais “fazem adaptação” através da mutação (como se esta fosse voluntária), ao longo das gerações. E transpor isto para as teorias da comunicação, pior. Porque as pessoas se podem adaptar, adaptar as formas de comunicação; mas os animais não se adaptam para uma sobrevivência – isso era o que dizia Lamarck.

As girafas têm o pescoço comprido porque as acácias são altas e então a girafa adaptou-se e desenvolveu um pescoço mais comprido; e depois, pelo princípio da transmissão dos caracteres adquiridos, perpetua-se; e as acácias foram crescendo para fugir às girafas; e isto é (numa abordagem ridícula, é certo) Lamarck.

Darwin disse que somente o mais apto sobrevive. Darwin formulou que a variabilidade é intra-específica (através da mutação, da deriva genética, etc) e daí se selecciona, naturalmente, o indivíduo mais apto. Se este se reproduzir, garante a manutenção da espécie. Ou seja: existiram girafas de pescoço grande e pequeno, umas sobreviveram e outras não; o mesmo para as acácias.

Cuidado com “adaptação”. Obrigado Raul.

Sem comentários: