domingo, 5 de março de 2006

@ Porto, Fantasporto - 7
Acabou o Fantas 2006. A ressaca já se sente nos músculos e no colchão da cama, com quem finalmente nos reconciliamos, mas sobretudo na retina e naquele pedaço do córtex, cinéfilo, que pulula enquanto digere todos os estímulos de um Fantas, das películas às discussões posteriores, no foyer/bar do Rivoli — uma verdadeira casa — ou à mesa da tasca onde fomos ingerir qualquer coisa muito rápida.

A cerimónia de encerramento do Fantasporto correu no seu registo habitual, formal quanto baste. O Governo fez-se representar pelo Secretário de Estado da Educação (???), que presenteou a plateia com um discurso bastante (…) e recebeu de volta várias ovações, sabe-se lá porquê — não havia mais ninguém, Sócrates?

Os pontos altos da entrega de prémios foram três. Primeiro, a atribuição de um Prémio Carreira ao fotojornalista catalão José Maria, com quem privámos, freelance que acompanha o Fantas desde 1994, e que não esperava nada pela distinção — estava a fotografar a cerimónia, de repente vê-se chamado ao palco e foi com visível emoção e embaraço que recebeu o prémio. Depois, aquando do levantamento do segundo prémio da noite, o de Melhor Argumento, uma pouco ovacionada Roselyne Bosch (“Animal”) começou por agradecer com um «oh my God» e ouviu-se na sala um «olha, eu digo o mesmo!». Finalmente, e pelo filme “Quiet Love”, quando o realizador Till Franzen subiu ao palco para receber a segunda distinção, Melhor Fotografia, telefonou ao colega director de fotografia e a sala não se poupou em aplausos — justiça seja feita a “Quiet Love”.

O filme que encerrou o Fantasporto estreará brevemente nas salas: “Fragile”, do catalão Jaume Balageró, é a estória de uma enfermeira recém chegada a um hospital pediátrico em encerramento, e de como ela tenta proteger os miúdos de uma série de estranhos e misteriosos ataques. A enfermeira é Calista Flockhart, mais conhecida por Ally McBeal. O filme tem bons momentos de suspense, conseguiu fazer saltar das cadeiras algumas pessoas, mas não vai muito longe.

É favor apontar na agenda: de 23 de Fevereiro a 3 de Março de 2007 há mais Fantasporto.

Este foi o diário possível de um Fantasporto que não segui na totalidade — em 2007 estarei por lá os nove dias completos —, de mim para os amigos que gostariam de ter ido mas não puderam.

3 comentários:

carlos paulo disse...

olha, João, eu gostei muito de acompanhar o Fantas por aqui.

JPC disse...

Obrigado. E desculpa os erros ortográficos (alguns são gralhas...), mas é o problema do "directo".
Abraço

sofia disse...

Antes de haver cultura tem de haver educação por isso até faz bastante sentido que esse ministro lá tenha aparecido:)