O país precisa de um choque tecnológico. Disse-o o Governo e digo eu, pese embora as minhas ideias diferirem um pouco das do Primeiro-Ministro, o Eng. José Sócrates – ou Socky, daqui em diante.
Em traços gerais, a estratégia do executivo é levar a banda larga a todo o país, a todo o tipo de serviços, dotando os públicos disso mesmo e facilitando (?) aos privados o acesso. Serviços de impostos, de justiça, de administração e gestão, local ou não, o Socky quer tudo online. Os hospitais em vídeo-conferência, para que não se perca no interior a oportunidade de ter um especialista do Santa Maria a ver um doente de caso bicudo. A criação de empresas numa hora. Pedir segundas-vias de livretes e registar veículos na DGV pela internet. E tudo o mais que se possa imaginar. Este é, grosso modo, o choque tecnológico do Socky e dos seus amiguinhos.
Já eu, assim a modos que vejo as coisas de forma diferente. E vou falar somente do tecido privado, supostamente – ou “preconceituosamente” – de melhor e mais longa formação, mais competitivo em todas as unidades da sua verticalidade e horizontalidade – porquanto está sujeito à concorrência, dos lugares e dos outros –, mais preparado e mais “século XXI”. Ora quando o tecido privado não sabe usar a internet, estamos bonitos. Quando um email demora dias a ser respondido (quando é), e quando a resposta não tem nada do que se solicitou, estamos um bocado verdes. Quando a internet deveria servir para diminuir custos e tempo, mas nos pedem que, ou «envie por correio ou por fax», ou ainda que telefonemos, estamos a achar pouca graça. Quanto, pronto ‘tá bem, optámos por telefonar e nos dão o «número directo» ao invés de passar a chamada, ou ainda quando se justificam que é melhor ligar e perguntar «porque senão eu tenho de procurar isso aqui no “sistema” e ‘tá a ver, não é?», então estamos… com cara de parvos, concerteza.
Por isto e muito mais, eu proponho o choque eléctrico. Sim, esse mesmo, em cadeira de carvalho ou pinho, à moda do Texas. Porque de outra forma não vamos lá. Ou melhor, vamos sim, e vão os que têm dois dedinhos de testa, para outro lado – leia-se, para um país civilizado. Portugal é o melhor sítio para se viver, sem dúvida. Mas se se quer trabalhar, é de fugir.
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