Podia ser doutra maneira. Doutra maneira? Doutra maneira! Doutra maneira...
Apaixonei-me por ti e pelo teu casaco vermelho. Até porque a farmácia de serviço tinha ser aquela ao lado de tua casa, onde também está sempre aquele Mercedes desportivo clássico estacionado. Ainda bem que o “sérvio” chegou rouco a Lisboa e não tínhamos jantado ainda. Como noutros dias.
Não é que não queira escrever. Apenas entre as últimas semanas não sei bem onde tenho andado e parece-me cada vez mais que, não estando seco, não consigo é dar forma a seja o que for e falta-me sempre uma música. Ou então não consigo é fazer o filme. Onde ponho a terceira rosa?
Já nem me desculpo com o tempo. Nos últimos dias tenho recordado tanta gente, caramba. E a notícia da partida da mulher dele, a mulher que o fez vir para Portugal há mais de 40 anos e acabou fazendo com que nos cruzássemos, abalou-me pelo estrago que lhe causou — preciso dar-lhe um abraço e agradecer-lhe. É preciso agradecer.
Que saudades. E daqueles que estão no mesmo fuso horário.
Entre certezas e dúvidas. Entre as horas e o sol em dias de aguaceiro.
O teu casaco vermelho. Mas nem tudo resulta como num sintetizador.
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