Não sei quantos postais te escrevi
Sei, isso sei, que é quando o Sol bate dourado nas paredes dos prédios desta cidade e os carris do eléctrico brilham no empedrado de granito escuro, sei que é aí que tenho de procurar ruas que descem ingremes só para ficar a olhar o pedacinho de rio lá ao fundo, enquanto tento encontrar um quiosque para turistas; sei que é aí que tenho de procurar uma mesa de café na rua, para não perder pitada destes minutos fogazes, as paredes de amarelo fogo e os reflexos nos vidros; sei que é assim que te penso, que te lembro, sei que é aqui que me lembro dos teus olhos molhados, o teu sorriso envergonhado, o teu rubor, sei que é aí que tenho a coragem para te dizer aquilo que nunca te disse, que não sei porque nunca te disse.
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1 comentário:
Há um fim de tarde todos os dias. Diz-lhe.
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