Travessa da Arrochela
«Tens — tu também — o dom da palavra», disseste-me. Fiquei muito feliz. Porque te quero muito, e às palavras também. Elas são parte de mim e a melhor forma que, por (demasiadas) vezes, encontro para mostrar a quem gosto que gosto, porque gosto e quanto gosto. Porque me acho desajeitado noutras maneiras, porque não sei porquê — é parvoíce, pela certa.
Como quando me fico por um olhar mais demorado, um toque no braço ou só com a ponta de um dedo num centímetro quadrado da tua pele — é quão longe consigo ir. Se me sentir protegido por uma armadura de aço, lá solto uma frase ou duas repletas da minha verdade, embora quase quase sempre sem conseguir ser olhado a olhar, a minha verdade, como dizia, de ver um contorno bonito, uma linha de volúpia, um timbre quente, um sorriso terno e o resto das coisas. Envergonhado. Com palavras.
Não é sempre assim. Ainda bem. Como ontem, quando lhes quis dizer que a sua presença ali tinha sido muito, mas mesmo muito importante, como se tivesse sido eu a chamá-los. Que por eles tenho um enorme carinho. Que neles vejo bom fundo e fico encantado. Que serei teu camarada de armas — basta que me chames — para pôr fim a essa angústia. Que cada vez que te olho me perco nas maçãs do teu rosto. E só de vos olhar, já sorrio.
E hoje, que choveu e foi cinzento como em Outubro, bem precisei.
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2 comentários:
Mas os convidados foram meus:p hehehehe..mas vá, eu partilho..sim, que eu sou querida, apesar de "alguém " dizer em blogs doutrem que nao gosta de mim!
eu, por outro lado, gosto de ti!
Adoro ler-te john!
Para primeira frase de um primeiro comentário causa impacto, hein? He he he!
Foi, de facto, uma bela noite... Talentos a serem descobertos, conhecidos mas, principalmente, demonstrações de amizade e admiração que fizeram arrepiar os pelinhos do braço de alguém que estava só a assistir...
Beijinhos e escreve, escreve, escreve!!
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