Koop @ Casino Lisboa
A proposta era atraente: os suecos Koop, em Lisboa, para rodar o novíssimo terceiro disco, “Islands”. Lá fui, ontem.
O espaço Arena Lounge do Casino Lisboa é muito acanhado e encheu rapidamente, por certo pela entrada gratuita. O que pôs a nú as más condições do local: a circulação de pessoas era extremamente difícil, como sardinhas em lata, sendo impossível mexer-se fosse para que lado fosse (óptimo, contudo, para engatar gajas… eu e a quarentona afiançamo-lo… e tenho testemunhas! :P), deixando antever que em caso de alguma emergência serão muitos os espezinhados e esmagados — num edifício moderno, senhores? caramba!... O som também estava baixo e mal ajustado às características dos instrumentos acústicos, sobretudo do contrabaixo. Mas lá ultrapassámos o desconforto, vendo a banda por detrás de uma escadaria, meio agachados…
Ao longo de hora e meia ouviram-se temas dos três álbuns, “Sons of Koop” (1997), “Waltz for Koop” (2002) e “Islands” (Nov 2006), numa performance muito equilibrada, quiçá sem grandes rasgos. Yukimi Nagano esteve muito bem, quase sem diferença vocal para os discos, entrando e saindo de palco conforme os temas. O baterista ainda solou, e bem. O homem do vibrafone foi preponderante. O contrabaixo perdeu pela má afinação do som. O trombonista prestou um bom serviço. A dupla de maestros Oscar Simonsson e Magnus Zingmark, não obstante os vestidinhos de alças e a maquilhagem à Conde Redondo, fez o que se lhe pedia: sem pregos, os samples foram entrando à hora certa, tudo bem equalizado e irrepreensível.
Ficam, no entanto, duas impressões. Primeira, falta aos Koop alguma garra de palco, não descartando a hipótese de o espaço esquisito (um palco elevado, como uma varanda) e a audiência dispersa por dois pisos e um bar, ter causado desconforto e impedido a ligação a recinto e público. Segundo, ter um conjunto de metais em palco, em vez de ter os segundos instrumentos samplados, seria sem qualquer dúvida uma grande mais-valia para o grupo.
Os Koop são mais um nome que reforça o que venho dizendo há anos: as escolas de jazz, música electrónica e experimentações fusionistas do Norte da Europa são do mais interessante que o jazz do velho continente tem para oferecer.
P.S.: Alguém exige que eu refira que ficou apaixonado pela Yukimi Nagano...
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2 comentários:
e ao poker, não foste?
Eu fui, e gostei. Mas claramente, são grupo para tocar num outro ambiente... o som que fazem aplica-se perfeitamente a um casino, mas não aquele espaço.
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