«Daqui a nada, estão os comunistas a chutar a porta abaixo»
Isto resume algumas das alarvidades que tenho ouvido lá pelo estabelecimento de ensino superior que frequento:
«Não, não! A esquerdalhada ganhar é que não! Daqui a nada, estão os comunistas a chutar a porta abaixo para nos comer as criancinhas ao pequeno almoço, e roubar as nossas posses, como os perfumes, a roupa cara e os carros de luxo que comprámos com o dinheiro que ganhámos justamente a explorar os plebeus! Com a Santa Direita no poder, há gente fina e gentalha, a elite e a ralé, toda bem separada! Nada destas "igualdades" tolas da esquerda! A minha empregada é igual a mim? Nunca! Sou bem mais que ela, que tenho estudos pagos pelo meu paizinho enquanto ela limpa retretes!»
(refiro-me, claro, à ignorância e ignobilidade do vazio de argumentos, que Ziggy aqui parodia)
terça-feira, 22 de fevereiro de 2005
segunda-feira, 21 de fevereiro de 2005
sábado, 12 de fevereiro de 2005
sábado, 5 de fevereiro de 2005
Uma noite, há já algum tempo que não sei precisar, estava com o Luís e a Rita e fomos à bomba de gasolina, porque era muito tarde e já tudo estava fechado, beber um café e comprar chocolates. Não me lembro também em que altura ou por que motivo o Luís entendeu que havia de me envergonhar junto da rapariga que lá trabalhava naquela noite, informando-a do meu estado civil e emocional de descomprometimento, além de quão prendado e giro eu era. Tentei, em vão, enquanto ela nos preparava os cafés, lá para dentro, demovê-lo, mas ele e a Rita estavam por demais entretidos em me embaraçar. E ele continuava e a rapariga dava-lhe troco, olhando para mim, até que, enquanto me passava o troco pela gaveta de pagamento fora de horas, me disse «tem é que sorrir».
E hoje reparei que há já algum tempo que não consigo sorrir.
E hoje reparei que há já algum tempo que não consigo sorrir.
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