sexta-feira, 30 de julho de 2004

«… as pessoas estão abananadas…»
Horário nobre na televisão portuguesa e no noticiário da SIC, a repórter, em directo, ao telefone de um local onde um forte incêncio lavrava, proferiu essa fantástica sequência de palavras. Ora, abananar é dar forma ou gosto de banana; aturdir; espantar; perder a energia; aparvalhar-se. É tudo isto, sim senhor. Mas, em jornalismo?

As vagas de incêndios têm esta particularidade, em Portugal: protenciam autênticos atentados ao jornalismo. Quando o país arde, é ver repórteres relatando horrores, em pânico e por isso sobressaltando quem os vê e ouve. Uma autêntica palhaçada. E palhaços são os editores e chefes de redacção que os destacam para aqueles cenários, para fazerem aquele tipo de reportagem. E palhaços são também aqueles ditos jornalistas que, com ou sem experiência, estão para ali fazendo e dizendo parvoíces, dificultando as movimentações, interrogando os populares das formas mais estapafúrdias, tossindo do fumo, louvando o Canadair e a descarga que fez mesmo em cima das suas cabeças vazias e agora molhadas.

Palhaçada: acto ou dito de palhaço; cena ridícula e burlesca; mascarada; grupo de palhaços.

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