Sócrates: tira notas, se fazes favor
A uma semana das eleições presidenciais norte-americanas parece inevitável que Barack Obama seja o vencedor. Lidera nas sondagens, nos fundos angariados para a campanha, nos apoios da imprensa doméstica e estrangeira. And ‘if the world could vote’ (.com), o próximo inquilino da Casa Branca seria democrata, à excepção de 12 albaneses e de uns quantos macedónios — aliás, Obama seria também presidente de Portugal, já que somos o terceiro país que mais tem votado nesse website (e quantos não estão sequer recenseados?).
Obama vencerá pelas suas qualidades, ou porque oito anos de Bush resultam na urgência insofismável de mudança, ou ainda porque McCain cometeu um erro irreversível com a escolha da vice-presidente Sarah Palin?
Mais do que a expectativa sobre quem será e como será o próximo presidente dos Estados Unidos, ou como será dirigido o planeta nos próximos quatro anos, é a forma como o mundo é organizado nas cabeças que vivem do outro lado do Atlântico que me preocupa.
Para o Washington Post, dito de centro-esquerda, um dos mais prestigiados jornais do país, que apoia Barack Obama, as duas guerras que empenham milhares de soldados num enorme esforço social e orçamental, são a principal das preocupações. Compreendo, não sabendo eu, no quotidiano, o que significa uma guerra.
Depois da guerra, o mundo, que é feito de um “Paquistão nuclear e instável”, de uma “Rússia ressurgente e que ameaça os seus vizinhos”, de um “Irão que apoia o terrorismo e está na corrida nuclear”, de um “Médio Oriente em turbulência”, e de uma “China que procura o seu lugar no Mundo”.
Em seguida, a ameaça nuclear ou biológica, terrorista certamente, o fardo da pobreza global e as doenças, e as alterações climáticas em crescente aceleração. E por fim, no campo doméstico, a estagnação dos salários, a falência do sistema público de educação, e a possibilidade de uma grave crise económica.
A reforma do sistema de saúde não é esquecida, nem a justiça e o papel do Supremo Tribunal, onde para a manutenção dos direitos, liberdades e garantias só as escolhas de Obama, quaisquer que sejam, podem garantir uma melhor administração do poder judicial e protecção dos direitos civis, mas sem nunca esquecer que é imperativo “to keep America safe in a dangerous world”.
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